Super Sentai Spirits - O sonho de Mika Koizumi

 

 
PROJETO SUPER SENTAI SPIRITS 
 
O Sonho de Mika




O Sonho de Mika Koizumi

Parte 1 - O Preço de ser uma guerreira amarela

Eu não sei onde estou, mas posso ver eles.

Meus amigos.

Shirou,Shingo, Ryuuta e Hikaru...

Os Bioman.

Eles continuam.

E isso é bom!

Aquele cheiro de biopartículas no ar...

Essa é a minha lembrança mais forte.

Eu sou Mika Koizumi. Eu não era uma heroína. Eu era uma fotógrafa que gostava de registrar todo o tipode paisagem que meus olhos vissem.

Ou correr o mundo com a minha moto...

Sentir o vento, a chuva ou o Sol na minha cara.

Meu objetivo era esse, não a guerra...

Minha mente está confusa...

Mil imagens me vem à mente...

A perspectiva é etérea agora, mas a memória está fixada no momento do recrutamento.

 Posso me ver ali, naquele hangar secreto, olhando com desconfiança para uma pequena robô amigável. Peebo.

Aquela criatura metálica de olhos grandes e voz gentil que mudaria minha vida para sempre.

Lembro-me do dia em que fui forçada a encarar meu destino.

Foi ela que me confrontou.

 Peebo estava ali, na minha frente, naquela base secreta, falando sobre séculos de história, sobre a salvação da Terra e sobre mim...

— Você tem a Biopartícula, Mika Koizumi! — sua voz ecoava no hangar vazio, repleta de esperança e urgência.

— Seu corpo foi banhado pela luz da Bio Estrela há cinco séculos! Você tem o poder de Yellow Four!

Eu gritei com ela. Gritei com aquela voz metálica e esperançosa.

— Eu não me importo com a Bio Estrela! Eu não quero o seu poder! Eu só quero o meu futuro! Meu poder está nas minhas fotos, não nessa... nessa "biopartícula"!

Quando Peebo me disse que eu tinha a Biopartícula, meu coração afundou. Meu medo não era de lutar, era de ser usada.

Eu só queria a minha máquina de fotografar, a minha vida simples.

A angústia de saber que eu era herdeira de um poder de um outro planeta me sufocava.

Eu gritava por fora, mas por dentro, eu sussurrava: "Eu não sou boa o suficiente. Eu não sou uma guerreira, não sou...Eu vou falhar e vou desonrar a confiança depositada em mim...

Aquele traje amarelo era um peso.

 O destino não era o meu.

Eu tentava desesperadamente rejeitar a verdade que Peebo me entregava com tanta convicção.

Eu tentava escapar da responsabilidade que ela, a robô guardiã do Planeta Bio, via em mim.

Mas ela não me deixou em paz. Nem Shirou Goh, o Red One, o líder que parecia ter abraçado o fardo sem questionar.

Seus olhos determinados me diziam que não havia escolha, que o mundo precisava de nós.

Eu cedi, sim. Mas nunca com o coração inteiro.

Aquele conflito interno me tornou vulnerável.

Minha teimosia, minha busca pela liberdade, foi o que Meison sou contra mim.

---

Aquele momento em que a Arma Bio Killer empunhada por Meison esgotou minha força vital, não foi só dor.

Foi a confirmação do meu maior medo: eu falhei em proteger a mim mesma e o capacete. Eu falhei com o time.

Pelo menos, salvei os demais...

Minha morte teve uma serventia...

Eu caí na poeira, e a última coisa que vi foi o rosto de Goh sobre mim, gritando meu nome, a dor genuína em seus olhos, e a figura de Peebo, observando a tragédia que tanto tentou evitar.

Aquela pequena robô, a guardiã da esperança, testemunhando a morte da esperança.

Meu sonho de registrar o mundo com minhas lentes morreu naquele exato instante, mas o sonho dos Bioman continuou a correr.

O meu sacrifício se tornou o juramento deles, e o meu Espírito Amarelo se fundiu com a biopartícula de Jun Yabuki, a guerreira que o destino e a robô Peebo trariam em meu lugar.

---

Parte 2 - A Guia Silenciosa

Eu observo Jun Yabuki. A nova Yellow Four.

Ela é uma arqueira, precisa e letal.

O meu voo foi interrompido, mas o meu Espírito Amarelo não se desfez.

Ele se fundiu com a biopartícula de Jun.

Quando ela saca o seu Yellow 4 Arrow, sinto a tensão do arco, mas também a necessidade de velocidade e trajetória que eram minhas.

A perspectiva se concentra nela agora. Jun está em combate, preparando-se para atirar, mas hesita diante da velocidade do ataque inimigo.

 O monstro está prestes a acertá-la! Ela vai cometer o mesmo erro que eu!

*Desvie! Não lute contra a velocidade! Deixe a flecha guiar a corrida!*

Jun, sem saber porquê, sente um impulso inexplicável.

Ela se move rapidamente, desviando do ataque com a velocidade pura de uma corredora e atirando sua flecha em uma trajetória precisa.

Ela me usa. E eu quero que seja assim...

A fotógrafa que falhou se torna o instinto da guerreira que vence.

Eu sou a memória amarela, a lição silenciosa que se tornou o seu instinto.

Eu não sou a Yellow Four que eternizou uma passagem florida, mas sou a força silenciosa que corre na frente dela, mostrando o caminho mais rápido para a vitória, garantindo que o seu voo jamais seja interrompido.

---

 A morte me deu a clareza...

Me deu compreensão...

Não foi o fim; pois eu vivo em outro plano...

 Foi o preço do juramento deles...

E agora, eu vejo a Jun Yabuki, minha sucessora.

Eu sou a memória amarela, e meu sacrifício se tornou o seu instinto. Minha esperança reside nela.

Quando eu a guio no campo de batalha, quando a minha energia se torna a sua antecipação, eu percebo: meu futuro não era fotografar era ser a força silenciosa que garante que ela complete a corrida.

Eu morri para que a Yellow Four pudesse voar sem hesitação.

E esse é o meu novo álbum. O meu legado é a certeza de que Jun Yabuki não cometerá os mesmos erros, uma missão que a guardiã, Peebo, pode finalmente descansar sabendo que está sendo cumprida.

Essa é a minha vitória final.

Eu continuo fotografando...

Jardins etéreos...

Campos floridos nunca antes vistos...

Não com minha máquina, mas através dela.

Através de cada flecha disparada, de cada movimento preciso, de cada batalha vencida. O

 amarelo não é mais um peso—é uma promessa cumprida.

E enquanto os Bioman continuam sua luta, eu permaneço ali, invisível mas presente, o espírito que transforma a hesitação em certeza, o medo em coragem, a queda em voo.

Meu sonho mudou.

Eu não eternizei as imagens que imaginei, mas encontrei um lugar onde meu sacrifício se tornou a força de outra, onde minha história inacabada se completou através de Jun Yabuki.

E isso, percebi tarde demais, sempre foi o verdadeiro significado do amarelo.

Não a glória individual, mas a luz que guia os outros através da escuridão.

Peebo estava certa. Eu tinha o poder. Apenas não da forma que imaginei.

*Continue correndo, Jun. Eu estarei sempre um passo à frente, mostrando o caminho.*

**FIM** 



Comentários